A proporção de jovens cearenses que não estudam nem trabalham, também chamados popularmente como “Nem-Nem”, sofreu variação de 12,55% no Ceará, entre 2014 e 2020. O levantamento foi feito pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV Social) a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os números nacionais mostram que, apesar de aumento, o Ceará ainda fica com o segundo resultado menos negativo do Nordeste, atrás somente do Rio Grande do Norte.
Na análise do mapa nacional, apenas o Mato Grosso teve resultado positivo no levantamento, ao diminuir a quantidade de jovens “Nem-Nem” em 0,2% entre 2014 e 2020. No mais, outros nove estados aparecem com resultado melhor que o Ceará, dentre os quais Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Amazonas.
Nordeste
Os dados da FGV ainda destacam o quadro negativo do Nordeste, como a maior quantidade de estados que aparecem com grande proporção de jovens entre 15 e 29 anos que não estudam ou trabalham, destoando de outras regiões como Sul, Sudeste e Centro Oeste, e ficando pareada com o Norte.
Neste quadro, o Ceará aparece com 30,59% da população entre 15 e 29 anos sem nenhuma ocupação ou estudo. Houve crescimento superior a 3 pontos percentuais (p.p.) entre 2014 e 2020. E de mais de 2 p.p. entre 2019 e 2020, o que mostra o impacto da pandemia nos dados, acelerando um movimento que era lento até então.
Apenas dois estados na Região possuem dados melhores que o Ceará: Piauí (28,28% em 2020 e 22,35% em 2014) e Rio Grande do Norte (28,56% em 2020 e 28,44% em 2014). O melhor resultado do Brasil está em Santa Catarina, com 13,36% dos jovens entre 15 e 29 ano “Nem-Nem” em 2020, enquanto em 2014 era 12,89%.
Desocupação entre os jovens
Na faixa etária entre 15 e 29 anos, a quantidade de jovens que está procurando ocupação é de 64,86% no Ceará, segundo os dados da FGV. Isso representa um crescimento de 18,37% entre 2014 e 2020. E de 13,54% entre 2019 e 2020.
Os estados do Norte tiveram pouca variação no índice de desocupação, mas mantiveram um patamar médio alto. Já o Nordeste, enfrentou a piora no quadro em função do resultado entre 2019 e 2020, chegando a resultados próximos do que o Norte está, em menor proporção em estados como o Ceará e Rio Grande do Norte.
No Centro-Sul do País, a situação no nível de desocupação é mais confortável. Mas, de acordo com os dados, o melhor resultado do País fica com Santa Catarina, com desocupação na casa dos 41,7% ao fim de 2020. O que demonstra um patamar muito alto de desocupação entre os mais jovens.