O Ceará teve aumento expressivo de incidência das arboviroses urbanas (dengue, zika e chikungunya) em relação a 2020. A alta é puxada pelos diagnósticos de dengue, que cresceram 52%. De acordo com dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), em todo o ano passado foram 20.653 casos de dengue entre os cearenses. Já até o dia 11 de dezembro (data correspondente ao fim da 49ª semana epidemiológica), são 31.405 pessoas diagnosticadas com a doença em 2021.
Os casos de zika e chikungunya mantiveram-se estáveis. Para a primeira, são 142 casos em 2020 contra 176 casos neste ano. Os diagnósticos de chikungunya foram 882 de para 842.
“Na saúde, a gente trabalha com a prevenção, em uma ação coordenada com os municípios. Isso inclui tanto o trabalho de identificação de focos de mosquitos e a pulverização de larvicidas, quanto o envolvimento da população agindo para evitar pontos de acúmulo de água”, explicou o secretário da Saúde, Marcos Gadelha, em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, 23.
“De 2020 para 2021, tivemos um aumento da incidência das arboviroses urbanas, principalmente dengue — 90% dos casos foram diagnosticados como dengue”, aponta a secretária executiva de Vigilância e Regulação da Sesa, Ricristhi Gonçalves, para quem existiu uma “epidemia silenciosa” dessas doenças. “Toda a população brasileira estava muito preocupada com a pandemia de Covid-19 e acabamos esquecendo do controle de outras doenças que são muito importantes e ocorrem todos os anos”, admite, lembrando que 18 cearenses morreram em decorrência da dengue neste ano.